Capítulo 09 completo

Capitulo 09 – Ano de 1986

Baixa da Marinha.

Saindo do tempo de serviço do Navio Voltei a servir na DHN em Niterói RJ
Quando voltei para a DHN no meio do ano a congregação esfriou a frequência, teve vezes que estava no culto sozinho.
Nesta época perguntei ao Senhor em Oração sobre a minha frequência em uma igreja fora do quartel.
Só um detalhe, como eu morava no quartel e no alojamento não conseguia ler a bíblia, pois alem do barulho sempre passava alguém para me chamar a a atenção.
Único lugar que consegui era o banheiro, eu sabia que pela ordem eu tenho direito a 15 minutos de banheiro e isso usei pára fechar a tampa do vaso e com um bíblia pequena escondida na roupa lia e Deus muito falava ao meu coração, pois era o único lugar que lia a bíblia com sossego.
Nesta inicio do ano como comecei a congregar na igreja Assembleia de Deus em Ititóca, decidi morar fora do quartel e consegui uma edicula na rua de cima onde minha namorada morava. A família dela sempre me tratou muito bem, a mãe dela sempre me tratou muito bem como um filho.
Inclusive ela sempre reclamava que a mãe dela me tratava melhor que ela. Morávamos no bairro da Riodades, Fonseca Niterói.
Na parte da frente de minha edicula morava um senhor e a dona uma senhora de muita idade. Atras de onde morava tinha um barranco alto e encima tinha uma igreja que quando estava em casa a noite dava para ouvir todo o culto.
Congregando em Ititioca, apesar de ser longe ou caminhar uns 3 kilometros pelo bairro de São Jose (perto) atravessando e subindo uma ladeira para chegar em Ititioca, ou então pegar um ônibus até o centro de niteroi e outro de niteroi ate o ponto final de ititioca , a igreja ficava perto deste ponto final.
E isso apertou pois estava recém casado morando em Ititoca e desempregado.
Por uma época fui presidente da mocidade de Ititioca, entre os jovens uma boa parte eram filhos de crentes da igreja.
Conseguimos evangelizar alguns que eram filhos de crentes e não frequentavam como o Dico, um jovem negro que tocava bateria no mundo e quando veio para a igreja tinha uma dificuldade tremenda de combinar a falta de zelo dos cristãos quanto ao ensaio, enquanto no mundo ele passava as noite somente no ensaio.
Me lembro também do casal de zeladores da igreja, um casal de idade que o marido tocava guitarra elétrica e quando conseguia uma emprestada tocava sanfona. A sua esposa, (um casal de negros) era uma mulher de oração e muito conversava com ela quando passava por lutas. Não era uma mulher de ação, que tomava ações na igreja, muito tímida mas que tinha uma intimidade em oração com Deus como nunca tinha visto até aquele momento.
Ela cuidava da limpeza da igreja e seu esposo trabalhava fora, pois a igreja não tinha condições de pagar um bom salario, mas dava a casa com energia para eles morarem. Seus filhos , um casal fazia parte da mocidade.
Aos domingos as atividades eram assim, íamos de manha para a igreja, onde de manha tinha oração e depois a escola dominical. Teve dias que ia sozinho e fazia lanche na padaria que ficava em frente ao ponto final da linha 44 Ititioca Niteroi, mas teve dias que nada comia pois ou estava sem dinheiro. A tarde sempre fazíamos evangelismo no bairro e uma vez por mês o Pr Joaquim Campos vinha e fazíamos culto ao ao Livre, eu que era o mais fortinho carregava a caixa de som, sempre encontrávamos uma casa que nos emprestávamos energia para ligar a caixa de som e assim fazer o culto em vários lugares no bairro.
Ainda no primeiro semestre deste ano que estava fazendo 21 anos, eu e a Ruth decidimos nos casar. A coisa não foi fácil, pois minha mãe veio de São Paulo para me convencer a não casar e ainda tinha esperança de voltar para SP.
O casamento foi no segundo semestre deste ano, o casamento foi na igreja do Caramujo, quem oficializou foi o Pr José Gomes e a festa foi na casa da mãe dela. Nesta época lembro que na marinha, uma das sobremesas era geleia de mocotó em copo, e os copos eram jogados fora, consegui juntar mais de 250 copos para nosso casamento.
Nossa lua de mel foi em Arraial do Cabo, na região dos lagos, conseguimos uma casa emprestada, mas como estávamos na época de frio, não conseguimos entrar na água na praia local.
Lembro-me que o costume de cada convidado comprar por uma oferta um pedaço da gravata nos possibilitou ter um bom dinheiro para passear pela cidade e fazer compras para aqueles dias.
Pouco tempo depois, alguns meses veio minha baixa na marinha. Oque aconteceu foi que no ano passado tive a viagem de tempo de mar e neste período não recebeu a nota necessária para ser aceito para o curso a cabo, a sequencia no serviço militar e com isso o tempo de marinheiro também terminara. No final do ano, por meados do mês de outubro recebi a baixa da marinha sem direito a nada nem mesmo a roupa que tinha no corpo.
Foi um final de ano terrível.

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