Capítulo 06 completo

Capitulo 06 – ano de 1983

ANO DA ENTRADA AO MILITARISMO, à Marinha.

Em 1983 era o ano que estava partindo para a Marinha no Rio de Janeiro.
EM JANEIRO já estava marcado minha partida, eu estava na primeira turma de marinheiros de 1983, a saída seria na rua do canal em Santos.
Na fila do ônibus já encontrei um infeliz que ali decidiu me alugar. Me deu muitas dor de cabeça esse imbecil.
A saída foi a noite em Santos e Chegamos no Rio de Janeiro no dia seguinte pela manha.
O primeiro quartel que chegamos foi o Quartel de marinheiros da Av. Brasil. Neste dia havia um mundo de gente, de todos as cidades do sudeste e centro oeste.
Depois de ficar um dia na seleção eu fui destinado a servir o meu ano de alistamento no CIAGA, uma benção pois era na época um dos melhores quarteis para um reservista servir, melhore que ali, diziam que era somente as Fragatas.
Ali era também a escola de Oficiais da Marinha e escola de oficiais da Marinha mercante. Por causa disso era obrigatório andar sempre na linha.
a comida ali era uma das melhores de todos os quarteis devido a ser escolas de oficiais das duas marinhas.
Como gostava e queria ser do quadro de operações da marinha, para ser um técnico de eletrônica, fiz de tudo para trabalhar no setor de eletrônica.
Ano passado tinha trabalhado de ajudante de técnico de eletrônica numa oficina na Casa Verde.
Consegui no meado do ano entrar para o seleto setor da eletrônica do quartel. Como eu era o marinheiro de mais baixo escalão do local fui ser assistente de um cabo técnico de eletrônica.
Nisso eu ja mexia a anos com eletrônica e tinha o conhecimento básico de consertos e leitura de esquemas de eletrônica.
Depois de um bom tempo, o sargento foi consertar um amplificador de 30 watts que era muito usado para microfones queimado.
Ele foi para a bancada e me chamou, nesta mesmo sala trabalhava até o chefe, Primeiro sargento que já mexia com eletrônica bem avançada.
Quando ele foi consertar, no teste estava saindo um chiadeira no auto falantes. Ele me mandou trocar todos os eletrolíticos. Eu sem noção, disse que não seria necessário que seria importante somente trocar o maior eletrolítico que havia na placa que era o filtro da fonte.
O primeiro sargento ouviu e todos ficaram olhando para mim. O primeiro sargento vendo a situação que o cabo ficou, falou para mim se eu sabia oque estava falando que confirmei.
Ele deu uma ordem para eu consertar e se não consertasse eu ia para a cadeia, por desrespeitar um superior. Fiquei sossegado, pois sabia no que estava me metendo.
Pedi equipamentos e o eletrolítico, Final da historia, no teste o amplificador funcionou como novo e eu fui mandado ser responsável do cinema que o ciaga tinha. Tinha colocado o cabo em maus lençóis. Eu e minha boca, mas o cabo dava uma de malandro e de malandro não tinha nada…
Na sala de projeção não tinha nada que fazer o dia todo, somente era responsável pelas projeções naqueles equipamentos antigos.
O problema foi quando chegou a época de passar as consequências das doenças venéreas, chegou um momento que não aguentava mais ouvir aquelas historias…
Morava no quartel e quando aos finais de semana saia, se voltasse sábado a noite, no domingo apesar de poder sair o sargento que cuidava da sala de estado ( a portaria do quartel) sempre arrumava algum defeito para voltar e como dizia o ditado, quem esta a bordo é faxina, sempre tocava faxina geral….
Para evitar isso, quando saia, levava a roupa de banho, ia pra a praia e para não voltar para o quartel dormir ia para a rodoviária Novo Rio colocava a bolsa no colo e dormia sentado, para dia seguinte voltar para a praia, normalmente de Copacabana.
Aconteceu algo diferente no final de semana que hoje entendo o que estava se sucedendo.
No final do ano, sempre no CIAGA quando os marinheiros iam se apresentar ao turno de 24 hs de serviço, se apresentava as 12hs ao lado da sala de estado para sair o pessoal do turno anterior e entrada do grupo do próximo turno.
Um sargento que estava fazendo a inspeção em nós, era fechado sempre de cara feia, não sabia que era cristão, me perguntou no meio do pessoal se eu era crente, dei risada e disse que nem imaginaria isso, todos riram e ele ficou sem graça. Semana seguinte estava conhecendo a Cristo, fui a ele mas ele nunca mais quis falar comigo. Não sabia que ele estava profetizando na minha vida.
O meu encontro com Cristo foi assim. As entradas no rancho( refeitório) era por turma, a guarnição (os marinheiros que não estavam na escola, eu estava incluso) eram os últimos a entrar. Neste dia sai do cinema e fui ficar perto do refeitório, O sargento que cuidava la era naval (fuzileiro naval, normalmente todos são x9 – querem sempre serem os certinhos) e era um dos ´pastores da reunião que acontecia no quartel na hora do almoço (não sabia nem que ele era crente)
Como o pessoal da escolinha estava demorando pedi a ele para entrar antes e ele disse para entrar logo. Almocei e como tinha a uma hora completa a vontade (coisa que não era normal pois almoçava por ultimo) fui para a sala de tv que chamávamos de cassino, pois era o local onde tinha também a sinuca e área de lazer.
O local era encima do refeitório, na saída do refeitório você passava pelo baileu (cadeia) e subia onde tinha o barbeiro , a sala do quarto pelotão e o cassino.
Enquanto estava subindo comecei a ouvir os crentes a cantar alto. Quando cheguei no ultimo patamar algo me parou e fiquei paralisado olhando para a sala dos crentes (assim chamávamos). Algo começou a acontecer, num ouvido algo de voz bem mansa dizia para entrar la, e no outro ouvido alguém nervoso falava ´para não entrar pois poderiam me denunciar e pegar baileu.
Fiquei não sei quanto tempo nessa luta, quando me dei em si, estava entrando na sala dos crentes, algo me empurrou e me jogou para o cassino. Ao entrar fiquei ainda mais curioso para saber oque me impediria para entrar na sala dos crentes.
Lembrei do Cabo MR (quadro de Manobras e reparos e que era o cabo que ficava entre nos sempre rindo como louco dizendo que Jesus era bom, nunca entendi ele ate aquele momento)
desci e entrei pela saída( ainda bem que ninguém viu apesar do refeitório já estar lotado, pois ai sim pegaria baileu) e encontrei o Cabo MR crente na mesa grande sozinho.
Fui a sua frente e lembro oque disse” Olha , não sei oque esta acontecendo mas quero entrar na sala dos crentes” ele disse Gloria a Deus novamente, mas em seguida ficou triste pois entraria de serviço e não daria tempo de ir a reunião.
Na mesa do lado estava o Maiole, um recruta do meu tempo que sempre andava de cara fechada e tudo reclamava,o Cabo pediu para ele me levar e concordou, eu perguntei ao cabo se ele era crente…
Pois bem, entrei na sala, la estava o sargento do refeitório que era batista e outro sargento que era assembleiano. Sempre discutiam na direção da reunião…
A reunião se passou e no fim do expediente do almoço, ao terminar a reunião eles disseram assim, Vamos orar para terminar…
Eu sabia oque era rezar mas orar? Ficaria olhando para saber a diferença, quando as pessoas começavam a glorificar a Deus, enquanto mais glorificavam mais o chão balançava. Chegou a um ponto que eu me assustei pois o pessoal estava glorificando alto e o chão um terremoto.
Olhei para aqui e perguntei para mim ” Que coisa de macumba é essa…” Quando terminou a oração caiu sobre mim como se fosse uma garoa e veio dentro do meu coração uma paz que NUNCA tinha sentido.
Ao sair os dirigentes me convidaram a voltar e eu como criança perguntei se podia e eles alegremente disseram que sim. Assim comecei a frequentar uma reunião evangélica.
Esse foi meu ano de recruta.
Neste ano também aproveitei a oportunidade que o clube de marinheiros dava de graça o curso de direção de carros somente sendo necessário pagar as provas, aproveitei e tirei a carteira A3B categoria que incluía a direção até de ônibus, motos de todas as cilindradas.

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