Capítulo 02 completo

Capítulo 02 – 1970 a 1979

Na década de 1970 a 1979 estarei contanto um pouco do que lembrar.
Em de 1969 e 1970 estava no jardim da infância tendo os primeiros contatos com pessoas diferentes de minha família.
A escola é sempre um momento cruel para toda criança, pois todo mundo é estranho, mas pelo que contava minha mãe, eu era já o bagunceiro do jardim da infância.
Sempre alegre e brincalhão com todos.
Em 1971 entrei para o primeiro ano da Escola. Neste momento ainda tenho bastante lembranças. Interessante que lembro de minha primeira professora do primeiro ano, não lembro seu nome, mas o rosto eu lembro. Usava óculos grande, magra e cabelos sempre presos na altura dos ombros.
Na realidade foi minha primeira grande paixão. Sonhava com ela, e minha mãe conta sobre detalhes desse meu amor infantil pela professora do 1 ano primário. Era o ano também de outra paixão da tv que era a “Namoradinha do Brasil” Débora Duarte  através da novela
A escola? E.E 1 e 2 Graus Padre Manuel de Nóbrega – Casa verde SP
Até 1977 continuei morando na Guiomar rocha e depois de 1976 mudamos para o Rua Ouro Grosso 177 (se não estou errrado) Casa Verde SP.
Uma das coisas que lembro nessa época na 4 série em 1975 que tinha criado uma jogatina, eu tinha entendido como funcionava a Loteria esportiva e criei minha própria, comecei a ganhar dinheiro, mas depois de um dos jogadores, um filho de italiano começou a brigar por ter perdido, e como tudo era escondido de minha mãe e da escola, preferi parar com tudo.
Em 1974 saiu a historia de uma meniana que foi morta no banheiro de uma escola, não sei onde e qual, mas que em todas as escolas de SP todos tinham pavor de ficar nos banheiros sozinhos e diziam que com isso sempre viam a loira do banheiro.
No Matão, (assim era chamado a escola Padre Manuel de Nóbrega) a escola cantava o hino nacional antes de entrar na salão de aula, todo o colégio, por isso minha geração ainda hoje todos conhecemos os hinos patrióticos de letra. (Hino Nacional, hino da bandeira, etc).
O primeiro grau ficava no páteo do lado esquerdo e do lado direito era o ginasial, separada por um jardim e o páteo da bandeira que enquanto cantávamos o hino se hasteava a bandeira do Brasil, a bandeira de SP e a bandeira do colégio.
Quem estava no lado esquerdo, queria e sonhava quando iria ´para o ginásio. O problema foi quem 1976 foi abolido o primário sendo da 1 a 4 série e o ginásio de 1 a 5 serie ginasial, ficando depois da quarta serie a quinta série até a oitava série.
Em 1976 como tinha o Boni (José Bonifácio, um amigo parceiro) andávamos sempre juntos nas bagunças,mais um primo, minha mãe era constantemente chamada para a escola ouvir reclamações de mim.
Depois de muito sofrimento minha mãe decidiu me mudar para uma escola mais próxima, a Capitão Pedro Monteiro do Amaral na Av. Casa Verde SP.
Isso de um lado fez sofrer pois todos meus amigos ficaram para trás e fui para uma escola nova com pessoal totalmente diferente.
Devido ao Matão ser uma escola referencia e exigente, sempre quando passava de ano, a professora falava,”José Eduardo” passou por baixo da porta” ou seja, com o minimo para passar de ano.
Já no Capitão (como era chamado a escola Capitão Pedro Monteiro do Amaral) a escola era um nível mais baixo, no primeiro ano estudando la foi o único ano que passei com notas excelentes. Mas a alegria não durou, na Oitava Série eu já voltei a passar por debaixo da porta ( com as notas minimas).
Lembro que quando estudava no Matão, em casa começo um em mim a ter a época da curiosidade. Perguntava tudo a minha mãe e ela respondia conforme sabia, e olha que minha mãe sabia…
Quando em um determinado momento, estava na cozinha vendo minha mãe fazer a janta, e cozinhando feijão na panela de pressão, perguntei a ela de onde vinha a panela de pressão, do que era feito a panela de pressão. Ela explicou que era de aço, e perguntei oque era o aço. Ela com muita sabedoria me disse não saber e me pediu para ir a biblioteca na minha escola e fazer uma pesquisa.
Me animei pois minha mãe que tudo sabia, não sabia de algo e eu fiquei responsável de descobrir.
Depois da aula fui a biblioteca e descobri como é o minério de Ferro e como era feito o aço e as panelas. Com a pesquisa no caderno apresentei a minha mãe que ficou muito curiosa e gostou muito de minha pesquisa, inclusive tinha feito o desenho do minério de ferro.
Isso me incentivou e despertou um lado de curiosidade ainda maior. Vi na biblioteca um mundo de informação, pessoas pesquisando e estava ali a minha disposição.
Ressumindo, virei rato de biblioteca, em todos os intervalos e até na saída da escola ficava na biblioteca até fechar. Minha mãe depois de um tempo achou estranho eu chegar em casa sempre mais tarde, e dizia que estava na biblioteca. Ela não acreditou, foi na escola a a responsável da biblioteca mostrou todas as assinaturas de minha presença na biblioteca.Não queria mais outro lugar. Quando não tinha aula, podia contar que eu estava na Biblioteca da escola.
Em 1977 me mudei para a casa verde e com isso perdi o acesso a biblioteca, pois no capitão não tinha uma biblioteca tão boa como no matão.
Parei de ler. Mas depois de um tempo, na sétima série era obrigado a ler livros, eu detestava. Minha mãe era viciada em leitura, era sócia do Circulo do Livro, uma associação que recebia livros com capas de qualidade, revista de lançamentos e era obrigado a comprar no minimo de 2 livros todos os meses.
Como era obrigado a ler, nessa época,  fazia muitas coisas, era iluminador em bailes, tinha minha mesada, etc. Ela tentando me persuadir a ler disse que ia falar para o meu pai cortar a mesada, eu não ligava pois ganhava dinheiro nos bailes, ela pensou um tempo e voltou dizendo que ia proibir de sair finais de semana, ai tocou no ponto fraco pois tinha muitos bailes agendados.
Aceitei e ela me deu um livro que acreditava que eu poderia gostar. O Caso dos dez negrinhos de Agatha Christie. Esse livro abriu a fome de leitura em mim que me influenciou até hoje na minha profissão que sou jornalista e radialista.
Comi o livro em 5 dias, minha mãe não acreditou, contei-lhe a historia toda e pedi outro livro para ela. O segundo foi Cai o Pano, o seguinte da Coleção de Aghata Christie, o engoli em um dia, ela novamente não acreditou e lembro que ela falou: “Ai meu Deus criei um fominha por livros…” Pedi outro livro e ela me proibiu mandando ir brincar, não queria e ela não me deu mais livros.
O que aconteceu, fui para numa banca de jornais onde vendi os livros de bolso da Edições de ouro, A coleção Bira e Kalunga, uma serie de aventuras dirigido para adolescentes.
Isso ocorreu outra coisa, todo o dinheiro que conseguia gastava em livros. Quando acabou o dinheiro fui ao meu pai pedir dinheiro e ele perguntou para o que era, eu disse que era para comprar livros, olhou para minha mãe e ela confirmou dizendo que tinha criado um viciado em leitura.
Ressumindo, isso influenciou tanto minha vida que na escola, comecei a amar as aulas de português, que era uma professora baixinha mas muito legal, sabia levar a turma para estudar. Na escola a partir dai, as professoras quando ia dar redação sempre eu ouvia a seguinte mensagem.
“Alunos, vamos fazer uma redação de minimo 15 linhas, e completava… José Eduardo no máximo 45, pois apesar de eu fazer a redação correta com inicio meio e fim eu viajava e isso levava a ter 4 a 5 paginas.
Eu ficava com raiva, como eu ia colocar tudo que tinha na cabeça em 45 linhas, virou minha luta…
Ainda lembrando em 1978 devido a ler na cama com pouca luz comecei a ter problema de visão e comecei a usar óculos, logo de cara miopia. Meu pai disse que ele também começou a usar óculos aos 14 anos…
1971 – 1 ano
1972 – 2 ANO
1973 – 3 Ano
1974 – 4 aNO
1975 – 4 ANO
1976 – 5 ANO (INICIO DO GINASIAL)
1976 – 6 ANO
1977 – 6 ANO (Mudança para a Escola E.E. 1 Grau Capitão Pedro Monteiro do Amaral – Casa Verde SP)
1978 – 7 ANO
1979 – 8 Ano ( FINAL DO GINÁSIO)

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